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Acne

Causas e as melhores formas de tratá-la

Mulher apontando para o rosto com acne

Quem nunca foi dormir e acordou com uma espinha enorme no rosto? Apesar de parecer que as temidas lesões surgem, literalmente, do dia para a noite, até que a espinha apareça na pele, acontece um longo processo de inflamação.

Além de espinhas, cravos abertos ou fechados, comedões, pústulas e até cistos (as espinhas internas) também são considerados acnes, que costumam surgir por diversos motivos.

Um dos mais comuns é o excesso de produção de sebo pelas glândulas e a hiperqueratinização do folículo sebáceo, que, com as células mortas da pele, formam uma espécie de "tampão" que obstrui os poros.

Quando os poros estão obstruídos são formados os cravos. O ambiente, então, torna-se favorável para a proliferação de bactérias, como a Propionibacterium acnes, que causam infecções e, consequentemente, espinhas.

O processo inflamatório começa nos folículos sebáceos, onde ficam a raiz dos pelos e a glândula sebácea, que produz óleo como maneira de manter a hidratação e proteção da pele. A abertura desse folículo é o poro.

Um outro tipo de acne, conhecida como fúngica, é causado pelo fungo Malassezia, além de fatores genéticos. Ela se manifesta como pequenas bolinhas vermelhas na pele e precisa de um tratamento específico.

Tipos de acne

A doença é dividida entre inflamatória e não inflamatória. Mas atenção: mesmo no último caso, na realidade há uma inflamação leve, porém não visível a olho nu. Ela corresponde aos comedões, popularmente conhecidos como cravos.

“Quando são mais superficiais, ficam abertos como um ponto preto. Já se forem mais profundos, permanecem fechados e aparecem como uma lesão branca”, diferencia.

É apenas na versão inflamatória que surgem as espinhas. E, com elas, vêm a vermelhidão e o pus. Apesar de a acne ser mais comum na puberdade — quando há uma grande oscilação na produção de hormônios sexuais —, ela dá as caras em outras fases da vida. Confira:

• Acne neonatal: durante a gestação, os hormônios passam para a criança pela placenta. Se o recém-nascido tiver uma predisposição genética, é possível que ele apresente espinhas. “Mas, em geral, não é preciso tratá-las. Elas regridem naturalmente em alguns meses”.

• Acne infantil: Bebês entre 3 e 16 meses de idade podem desenvolver acne infantil. Eles podem ter cravos e espinhas. A acne infantil geralmente desaparece quando a criança chega aos dois anos de idade. Mas as espinhas raramente deixam cicatrizes. Pode ser causada, em parte, pelos níveis hormonais mais elevados do que o normal.

• Acne vulgar: O tipo mais comum de acne é a acne vulgar. Ela aparece com mais frequência em adolescentes e adultos jovens, especialmente durante a puberdade.

• Acne da mulher adulta: mesmo após a adolescência, a população feminina está sujeita às espinhas por causa do fator hormonal. A genética e certos hábitos de vida contribuem para isso. E atenção: essa versão pode dar as caras mesmo entre quem não reclamava do problema na juventude.

As principais causas são:

• Sensibilidade aos hormônios masculinos (testosterona e derivados);

• Excesso de oleosidade;

• Questões emocionais (como estresse);

• Condições hormonais (como a Síndrome do Ovário Policístico);

• Cortisona;

• Excesso de iodo e complexo B;

• Produtos oleosos (maquiagem, cosmético, hidratante, protetor solar);

• Má alimentação;

• Tabagismo;

• Hereditariedade.

• Acne conglobata: É uma forma rara, mais grave, de acne. Ela ocorre principalmente em homens jovens.
Nesse caso, espinhas grandes se desenvolvem no rosto, peito, costas, braços e coxas. Este tipo de acne pode ser difícil de tratar e muitas vezes deixa cicatrizes.

• Acne fulminante: É uma forma grave de acne conglobata, que ocorre mais em meninos adolescentes. Na acne fulminante, um grande número de espinhas se desenvolve muito rapidamente nas costas e no peito.
Essas espinhas muitas vezes deixam cicatrizes graves. Pacientes com acne fulminante muitas vezes sofrem com febre e dor muscular e óssea.

Graus da acne

A acne também pode ser classificada pelo seu grau de manifestação, ela pode ser separada em 5 estágios.

Grau 1: é uma fase formada apenas por cravos abertos (com o pontinho preto aparente) ou fechados.

Grau 2: além das lesões (feridas, no caso os comedões) descritas no grau 1, há presença de pápulas (feridas pequenas, como espinhas) inflamadas, avermelhadas, algumas com a presença de pus.

Grau 3: apresenta lesões nodulares e císticas, que são aquelas lesões maiores, bem endurecidas , além das pápulas, pústulas e cravos.

Grau 4: é um quadro chamado de acne conglobata em que as lesões do tipo nodulares (nódulos) e císticas (cistos) se confluem formando abcessos e fístulas que levam à formação de cicatrizes.

Grau 5: chamado de acne fulminante, é um quadro bem raro em que as lesões de acne evoluem para úlceras e sintomas sistêmicos.

Fatores de risco

Os principais são:

• Exposição exagerada ao sol
• Tabagismo
• Dieta rica em açúcar
• Estresse
• Disfunções hormonais
• Predisposição genética

Quais as principais causas?

Engana-se quem pensa que só peles oleosas podem sofrer com acne. Quem tem pele seca e não hidrata bem pode acabar sofrendo o efeito rebote – quando as glândulas sebáceas aumentam a produção de óleo para compensar a desidratação, favorecendo o surgimento de espinhas.

Existem outros diversos motivos que levam as glândulas a trabalhar em excesso, podendo causar acne. Esses são alguns deles:

1- Genética
A predisposição genética influencia em como a pele vai se comportar – se vai ter mais glândulas sebáceas, se vai ser mais oleosa, se vai produzir mais queratina etc. Esse é o fator mais determinante para graus mais avançados de acne.

2- Hormônios
Não por coincidência acnes costumam surgir durante a adolescência. Variações hormonais têm influência não apenas na incidência, mas também na localização das acnes. Enquanto nos adolescentes as espinhas e cravos costumam surgir na zona T do rosto (testa, nariz e queixo), em adultos elas são mais comuns na zona U (maxilar, queixo e pescoço).
Medicamentos como corticoides, alguns tipos de anticoncepcionais ou doenças como ovários policísticos também podem estimular as glândulas sebáceas a produzirem mais sebo, aumentando o risco de obstrução dos poros, especialmente após os 25 anos.

3- Estresse
Muita gente começou a sentir a pele mais oleosa e com mais espinhas durante a pandemia. Isso acontece porque, quando estamos muito estressadas, os níveis de cortisol – o hormônio que ajuda a controlar o estresse e fortalecer o sistema imune – aumentam e agem diretamente nas glândulas sebáceas, que começam a trabalhar mais.
Como a imunidade está mais baixa, o corpo também fica mais suscetível a infecções e à ação das bactérias que causam a acne. Esse tipo de espinha é bem comum em outras partes do corpo, como nas costas, ombros e peito e, no rosto, também é mais recorrente na zona U.

4- Cuidados com a pele
Não limpar o rosto de forma adequada, não retirar a maquiagem corretamente ou usar produtos comedogênicos são fatores que contribuem para o surgimento de espinhas. Por isso, é importante manter uma rotina de skincare com produtos comprovadamente não comedogênicos.

5- Clima
É normal que a pele se comporte de formas distintas em cidades ou estações diferentes. No verão ou em locais mais quentes e úmidos, por exemplo, é comum que a cútis fique mais oleosa e favorecendo o surgimento de acnes.

6- Sol
É comum ouvir que o sol pode ajudar a "secar" as espinhas, mas, na verdade, costuma acontecer justamente o oposto. A exposição da pele ao sol pode levar ao aumento do suor e a maior produção de sebo, o que tende a favorecer a incidência de acnes.

7- Outros fatores
Espremer cravos, cutucar espinhas ou ficar com a mão no rosto são hábitos comuns e que fazemos, muitas vezes, sem nem perceber, mas que podem causar inflamações, aumentando a incidência e piorando lesões causadas por acnes.
A máscara de proteção, essencial nos dias atuais, também pode causar espinhas. O fenômeno ficou conhecido como mascne e acontece devido à fricção da máscara na pele e o abafamento da região, que fica mais oleosa e úmida: o ambiente perfeito para a proliferação de bactérias causadoras de acnes.

Tratamento

O tratamento da acne foca em reduzir: a produção de óleo na pele, acelerar a renovação celular, combater à infecção bacteriana e reduzir a inflamação. Em alguns casos, a pele pode piorar antes de ficar melhor.

É importante tratar a acne não apenas por razões estética, mas também para preservar a saúde da pele. Também é importante dizer que o tratamento ajuda a prevenir o aparecimento de cicatrizes de acne.

Existem diferentes tipos de tratamento para a acne, variando entre terapia local, medicação oral, ou combinação das duas.

Na hora de decidir o tipo de tratamento é levado em consideração a gravidade, localização e o tipo de metabolismo do indivíduo.

Além disso, o dermatologista também precisa verificar outros aspectos, como se há cravos, espinhas, nódulos e cicatrizes na pele.

Veja a seguir os tratamentos para cada grau de acne:

Nessa fase, o dermatologista poderá optar por sabonetes, esfoliantes específicos e se a quantidade dos cravos for muito grande, cremes que em geral são compostos por ácidos leves a moderadamente fortes.

Os componentes dos sabonetes e esfoliantes podem ser o ácido salicílico, enxofre, peróxido de benzoíla, entre outros.

E os cremes prescritos nessa fase podem ser constituídos por ácido salicílico, peróxido de benzoíla, ácido apelativo, glicólico ou derivados dos retinaldeídos.

Muitas vezes podem ser indicados também:

• Limpeza de pele
• Peeling (sessões de aplicação de ácido mais forte pelo dermatologista)
• Abrasão suave da pele com aparelhos simples, que limpam os comedões ou as próprias espinhas inflamadas

Os sabonetes ainda fazem parte do tratamento, mas os cremes já precisam ser mais fortes, algumas vezes compostos por antibióticos. Se o médico considerar importante, poderá ser prescrito medicamento consumido por boca.

Além de antibióticos específicos, pode-se considerar a prescrição de remédios mais fortes, especialmente nos casos em que há formação de pequenas cicatrizes que são difíceis de serem tratados no futuro.

Os cremes agora possuem um percentual de ativos maior que o prescrito para acne 1 e as substâncias ativas, como os retinóides, já são indicados e podem ser associados à antibióticos, mais frequentemente aqueles a base de eritromicina ou a clindomicina.

Os antibióticos via oral podem ser a tetraciclina e seus derivados e a azitromicina em diferentes esquemas de tratamento.

Além das opções terapêuticas descritas no grau 2, os antibióticos são prescritos com maior frequência, considerando também a possibilidade do uso de anticoncepcional para acne específico para as meninas, se o quadro estiver também relacionado com o ciclo menstrual (distúrbios hormonais).

Esse já é um estágio em que se considera muitas vezes remédio de tarja vermelha como uma das primeiras indicações.

Esse medicamento possui alguns efeitos colaterais, sendo o mais grave o efeito teratogênico, ou seja, causar deformidades muito sérias no feto, como por exemplo, ausência ou alterações nos membros.

Portanto, quando prescrito para meninas, deve-se ter certeza de que ela estará utilizando pelo menos dois métodos anticoncepcionais durante o tratamento.

Esses estágios respondem mal à maioria dos tratamentos e medicamento de tarja vermelha se torna o medicamento de eleição, salvo contraindicações específicas que serão detectados pelo dermatologista.

Esse é um quadro mais grave que pode cursar com dor e até mesmo febre. Em alguns momentos há necessidade de intervenção cirúrgica para o esvaziamento das secreções.

Como nos outros casos o dermatologista irá avaliar qual a melhor forma de tratamento para o paciente levando em consideração cada caso específico.

É possível usar certos procedimentos para diminuir as cicatrizes deixadas pela acne. Veja:

• Preenchimento facial com ácido hialurônico
• Peelings químicos
• Dermoabrasão
• Microdermoabrasão
• Laser e tratamentos de radiofrequência
• Microcirurgias para retirar as cicatrizes de acne

Os tratamentos para as manchas da acne podem incluir:

• Peeling
• Cremes com ácidos
• Laser
• Microagulhamento
• Radiofrequência
• Subcisão

Existem alguns alimentos que podem contribuir para o tratamento da acne de forma natural, porém eles não possuem indicação científica.

Por isso, é importante conversar com o seu médico e seguir as orientações do dermatologista:

Óleo de peixe: Esse tipo de gordura combate o envelhecimento e melhora a circulação do organismo. Ao melhorar a circulação, o ômega 3 faz com que nutrientes e oxigênio cheguem mais rápido à pele por meio do sangue. Além disso, ele também participa do processo de renovação celular, mantendo a pele sempre nova e limpa

Vitaminas C e E: Os antioxidantes dessas vitaminas têm um efeito calmante sobre a pele. de forma que a vitamina C fortalece a imunidade do corpo e protege a pele das radiações solares. Ela também tem um efeito anti-inflamatório, que ajuda a cicatrização e prevenção da acne.

Zinco oral: Por conta de seu poder anti-inflamatório e antioxidante, esse nutriente atua na pele criando um ambiente inóspito para o crescimento das bactérias causadoras das espinhas, além de ajudar a acalmar uma pele irritada. Porém, essa ação é incerta, mais pesquisas são necessárias para comprovar a eficácia do zinco no controle da acne. O zinco é encontrado em ostras, castanha do Pará e gérmen de trigo.

O ideal é realizar acompanhamento médico para tratar a acne. No entanto, existem alguns tratamentos caseiros para acne que podem ajudar a controlar a ação da condição de saúde. No entanto, antes de realizá-los, vale conversar com seu dermatologista.

Lavar a região afetada com um sabonete suave: Você pode higienizar o local afetado com água morna e sabonete neutro duas vezes por dia. Além disso, é importante evitar certos produtos como adstringentes e máscaras faciais, pois eles podem irritar a pele. Lavar muitas vezes a região afetada também pode piorar o quadro.

Proteger-se do sol: Em alguns casos o sol pode piorar a acne. Da mesma forma alguns medicamentos também podem tornar o paciente suscetível ao sol. Portanto, verifique com seu médico se sua medicação causa esse tipo de efeito. Se isso acontecer, procure se proteger contra os raios solares e use um protetor solar que não seja oleoso.

Evitar fricção ou pressão sobre a pele: Quem tem propensão à acne, deve proteger a pele do contato com itens como telefones, capacetes, correntes apertadas ou mochilas, pois estes itens podem irritar a pele ou colocá-la em contato com micro-organismos.

Evitar cutucar a área afetada: Cutucar e tocar o local com lesões pode desencadear mais acnes ou causar cicatrizes na pele. 

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